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Conheça o criador da tocha olímpica dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020

Julho de 2021

Catherine Jewell, Divisão de Informações e Comunicação Digital, OMPI, e Tomomi Taguchi, Escritório da OMPI no Japão

No dia 23 de julho, com um ano de atraso devido à pandemia da Covid-19, os olhos do mundo inteiro se voltaram para o Estádio Olímpico de Tóquio para ver a maior tenista do Japão, Naomi Osaka, acender a pira olímpica e abrir oficialmente os Jogos Olímpicos de 2020.

A estrela do tênis Naomi Osaka acende a pira olímpica, abrindo oficialmente os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. (Foto: © CNOSF/KMSP)

Símbolo dos Jogos Olímpicos, a tocha olímpica é um emblema de esperança e paz que nos remete às origens antigas da maior celebração esportiva do mundo. O revezamento da tocha olímpica, porém, é uma invenção moderna, tendo sido adotado pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de Verão de 1936, realizados em Berlim. Cada tocha olímpica tem um design único, que representa o país-sede do evento. O mundialmente famoso artista e designer Tokujin Yoshioka, criador da tocha olímpica dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, fala do simbolismo de sua obra e da mensagem de esperança que ela transmite.

O que o inspira em seu trabalho?

Gosto de elementos que vão além do conceito de coisas materiais e transcendem os sentidos humanos. Busco sempre acrescentar às minhas obras algo que impressione, encante e entretenha as pessoas. E, a meu ver, o valor e a beleza criados pela natureza são fundamentais para concretizar esse objetivo.

O que significou para você ter contribuído para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020?

Sou muito grato pela oportunidade de participar desse projeto histórico. Em 2013, quando ficou decidido que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2020 aconteceriam em Tóquio, comecei a pensar em como poderia contribuir com o meu trabalho. Criei a tocha olímpica com a mesma energia e ambição dos atletas que participam das Olimpíadas.

“O que eu expresso no meu design para a tocha é [...] a recuperação espiritual das pessoas que vivem nas áreas atingidas pelo desastre e um desejo de paz”, diz Yoshioka, referindo-se ao terremoto e tsunami que atingiu a costa leste do Japão em 2011. (Foto: cortesia de Tokujin Yoshioka)

O que o inspirou em sua criação para a tocha olímpica?

Os Jogos Olímpicos são repletos de significado. Eles inspiram e expressam os sentimentos de milhões e milhões de pessoas em todo o mundo. Em 2013, quando Tóquio foi escolhida como cidade-sede dos Jogos Olímpicos, comecei a pensar de que maneira poderia expressar o que eu sentia pelas pessoas que viviam nas áreas atingidas pelo grande terremoto de 2011 e transmitir esse sentimento para o mundo por meio do meu design. O Japão já sofreu inúmeros desastres naturais e o terremoto fez com que eu me desse conta, mais uma vez, da bondade e autenticidade do povo japonês, de seu ilimitado espírito de compaixão e da disposição que os japoneses têm para ajudar uns aos outros mesmo em momentos difíceis. Tenho certeza de que pessoas de todas as partes do mundo também sentiram isso.

Os Jogos Olímpicos são repletos de significado. Eles inspiram e expressam os sentimentos de milhões e milhões de pessoas em todo o mundo,

diz Tokujin Yoshioka.

Minha inspiração para a tocha veio em 2015, quando desenhei o “emblema da flor de cerejeira” com crianças das áreas atingidas pelo terremoto de 2011. Como as potentes flores de cerejeira desenhadas pelas crianças, criei o design da tocha olímpica com a esperança de mostrar ao mundo a capacidade de resistência das pessoas que viviam naquelas áreas e o esforço que elas estavam fazendo para se recuperar de seu sofrimento.

No Japão, a cada primavera que chega, as pessoas acompanham o desabrochar das flores de cerejeira, acontecimento que marca o início da estação e desperta uma sensação de bem-estar e esperança. Minha expectativa é que o revezamento da tocha olímpica constitua uma chama de esperança que se alastre pelo Japão e estabeleça, como o desabrochar das flores de cerejeira, uma conexão entre as emoções das pessoas.

Sobre o revezamento da tocha nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020

A chama olímpica chegou ao Japão em março de 2020. Com um ano de atraso devido à pandemia da Covid-19, ela foi instalada no Museu Olímpico de Tóquio.

O revezamento da tocha olímpica começou em 25 de março de 2021, no centro de treinamento de futebol J-Village, na cidade de Naraha, localizada na província de Fukushima, uma das áreas atingidas pelo terremoto e tsunami de 2011. O revezamento foi organizado em torno do conceito “A esperança ilumina o nosso caminho”, refletindo o simbolismo de esperança e paz da chama olímpica.

Ao longo de 121 dias, a tocha passou pelas 47 províncias do país, antes de chegar ao Estádio Olímpico de Tóquio para a cerimônia de abertura, em 23 de julho. No revezamento, a tocha foi carregada por um total de 10.515 pessoas.

Revezamento da tocha olímpica, cidade de Tokushima, província de Tokushima, Japão. No total, 10.515 pessoas carregaram a tocha. (Foto: © 2021 – Comitê Olímpico Internacional. Todos os direitos reservados)

Qual é o significado do seu design para a tocha?

Não pretendi criar algo que fosse expressão de um design bonito ou de tecnologia de ponta. O que expresso no meu design da tocha é o desejo pela recuperação espiritual das pessoas que vivem nas áreas atingidas pelo desastre e também um desejo de paz. Ao elaborar o desenho da peça, o que criei foi a forma de uma chama, algo que ninguém tinha feito antes. Normalmente, as linhas externas vêm primeiro, mas comecei com o desenho de uma chama em forma de flor de cerejeira. São cinco chamas distintas brotando de cinco pétalas e se unindo para formar uma só chama no centro da tocha. Essa concepção representa o meu desejo de paz e unidade no mundo.

Cerca de 30% do material utilizado na tocha dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 é alumínio reciclado a partir de construções provisórias que abrigaram as vítimas do terremoto e tsunami de 2011. (Foto: cortesia do Comitê Olímpico Internacional)

Quais foram os materiais utilizados na tocha (e por que) e como ela foi feita?

Cerca de 30% do material utilizado na tocha é alumínio reciclado a partir de construções provisórias que abrigaram as vítimas do terremoto. Acho que a transformação dessas habitações temporárias em tocha olímpica é algo capaz de dar coragem e esperança a todas as pessoas, além de simbolizar a resistência e a bravura dos que viviam nas áreas atingidas pelo desastre. A tocha tem um design que nasce da sua própria estrutura e é fruto de um processo de produção inovador. A peça foi inteiramente moldada com a mesma tecnologia de extrusão de alumínio usada na fabricação de trens-bala e aviões, que fortalece a estrutura e reduz seu peso. O alumínio é expelido e usinado na forma de uma flor de cerejeira, criando um objeto sólido, inteiriço e escultural. Foi a decisão de pensar na tocha desde o seu processo de produção que me permitiu criar uma tocha inovadora, que simboliza a tecnologia japonesa.

Como é a proteção da tocha dos Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020

 Os nomes e símbolos dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020 são protegidos no Japão pelas leis de Marcas, de Prevenção da Concorrência Desleal e dos Direitos de Autor. O design da tocha foi registrado em nome do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020, além de ser objeto de um pedido de patente internacional depositado no âmbito do Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes da OMPI (WO/2019/083012).

Qual o sentido da inspiração que você encontra na luz e na natureza?

Luz e natureza criam uma beleza que não tem como ser desfeita. Na natureza eu encontro uma beleza funcional, criada pela própria vida. É algo que toca o coração do homem. Para mim, esses elementos criam uma beleza universal.

Por que os direitos de propriedade intelectual são importantes para os designers e outros criadores?

Um bom design não se limita à superfície de seus traços. É algo que vai além da forma, algo que tem um impacto transformador e cria um objeto absolutamente novo e universal. E a originalidade dessas criações precisa ser protegida, para que possamos compartilhar a excelência das ideias. Vivemos numa época em que a infinidade de informações disponíveis dificulta enormemente a criação de coisas novas. Tenho a sensação de que a homogeneização dos valores está nos levando a perder nossas ideias e motivações. Seria maravilhoso criar obras num mundo em que todas as pessoas soubessem quem as criou só de olhar para elas.

A Revista da OMPI destina-se a contribuir para o aumento da compreensão do público da propriedade intelectual e do trabalho da OMPI; não é um documento oficial da OMPI. As designações utilizadas e a apresentação de material em toda esta publicação não implicam a expressão de qualquer opinião da parte da OMPI sobre o estatuto jurídico de qualquer país, território, ou área ou as suas autoridades, ou sobre a delimitação das suas fronteiras ou limites. Esta publicação não tem a intenção de refletir as opiniões dos Estados Membros ou da Secretaria da OMPI. A menção de companhias específicas ou de produtos de fabricantes não implica que sejam aprovados ou recomendados pela OMPI de preferência a outros de semelhante natureza que não são mencionados.