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H2L: criando pontes entre pessoas, máquinas e ambientes virtuais

Imagine como seria incrível se, ao jogar um videogame, pudéssemos controlar e vivenciar sensações na realidade virtual. Nos últimos dez anos, Emi Tamaki vem desbravando fronteiras em pesquisas sobre tecnologias que promovem a interação homem-máquina e buscando novas formas de construir passarelas entre esses dois universos. Com pioneirismo ímpar, a H2L (Happy Hacking Life), empresa fundada por ela, desenvolve ferramentas de assistência baseadas em inteligência artificial, a fim de criar experiências imersivas e sensações realistas que conectam percepções físicas humanas a máquinas e ambientes virtuais, proporcionando aos usuários experiências verdadeiramente únicas.

Emi Tamaki, cofundadora e CEO da H2L (Happy
Hacking Life), vem ampliando a forma como o corpo
humano interage e lida com ambientes digitais.
(Foto: Cortesia da H2L)

A partir de estímulos táteis, a tecnologia háptica é capaz de gerar efeitos de feedback em tempo real. Em vez de usar material sonoro emitido por fones de ouvido ou imagens apresentadas numa tela, a tecnologia háptica permite que os usuários vivenciem sensações realistas e imersivas ao interagirem com ambientes virtuais. Um bom exemplo são as empresas de videogames, que estão sempre buscando formas de tornar seus produtos mais realistas e desenvolvendo tecnologias capazes de “virtualizar” sensações físicas, a fim de oferecer aos jogadores uma percepção mais apurada da posição, da resistência e até do peso dos objetos com os quais os usuários interagem virtualmente.

Como tudo começou

O trabalho de Emi Tamaki, CEO da H2L, teve um impacto significativo no campo da tecnologia háptica. A inspiração para sua trajetória nessa indústria surgiu dos diversos períodos de hospitalização pelos quais ela passou durante a adolescência, que de certa forma a excluíram e desconectaram do mundo ao seu redor. “Não tive a oportunidade de participar de uma série de experiências comuns do dia a dia, como churrascos, competições esportivas e festas de aniversário. Essa sensação de exclusão me ensinou que a vida é feita de experiências e emoções, e que é importante compartilhar essas experiências. Foi isso que me motivou a buscar a inovação”, explica ela.

Emi Tamaki começou a pesquisar aplicações práticas para a tecnologia háptica na Universidade de Tóquio, onde desenvolveu a PossessedHand, dispositivo que controla os movimentos dos dedos de uma pessoa por meio de estímulos elétricos. Com o uso de manipulação elétrica para estimular os músculos, ela mostrou que a PossessedHand era capaz de controlar os movimentos de 16 articulações dos dedos. Esse resultado foi possível mediante a estimulação dos músculos do antebraço dos usuários, transmitida por 28 eletrodos conectados a um gerador de impulsos elétricos.

A PossessedHand foi selecionada pela revista TIME como uma das 50 Melhores Invenções de 2011 e apresentada na Galeria de Jovens do Dia Mundial da Propriedade Intelectual de 2022.

Em 2010, Emi Tamaki apresentou o protótipo do que viria a ser a futura PossessedHand. Suas pesquisas tiveram como objetivo encontrar meios sensoriais capazes de estabelecer uma conexão entre as sensações físicas humanas e as máquinas (assista ao vídeo play_video no YouTube ). (Foto: Cortesia da H2L)

Abrir as portas de um mundo de experiências virtuais imersivas

Desde a fundação da H2L, em 2012, Emi Tamaki vem desenvolvendo tecnologias hápticas para diversos setores de atividade, como turismo, saúde e esportes. A H2L criou dois dispositivos de controle que podem ser fixados ao corpo: a UnlimitedHand e o FirstVR. Ambos utilizam sensores de deslocamento muscular para proporcionar experiências virtuais imersivas.

A UnlimitedHand é um dispositivo projetado para trabalhar a propriocepção humana - o sentido que nos permite perceber a localização, o deslocamento e as ações de diversas partes do corpo - por meio de Estímulo Muscular Elétrico. Graças à estimulação elétrica, o sensor de movimentos detecta os deslocamentos dos músculos do braço e em seguida transmite-os a um computador. Destinado, essencialmente, ao trabalho de P&D e ao uso experimental, o dispositivo baseia-se no desenvolvimento do BodySharing®, conceito idealizado por Emi Tamaki, cujo objetivo é possibilitar que seres humanos compartilhem sensações, tais como peso e resistência, com outras pessoas e com robôs, por meio de sensores de deslocamento muscular patenteados.

“A exemplo de mouses, teclados, alto-falantes, telas, GUIs (Interface Gráfica do Usuário) e HMDs (Monitor Montado na Cabeça), as telas e interfaces de toque evoluíram com o tempo e com a quantidade de informações processadas, provocando mudanças profundas na estrutura da indústria”, afirma Emi Tamaki. Segundo ela, é bem provável que a UnlimitedHand contribua para criar uma nova geração de interfaces, tão revolucionária quanto a dos smartphones com tela sensível ao toque.

O dispositivo UnlimitedHand foi financiado graças à plataforma Kickstarter, ficando entre os finalistas do concurso Wearable Technologies Innovation World Cup 2017. (Foto: Cortesia da H2L)

Já o FirstVR é um dispositivo de controle especializado, que utiliza a tecnologia de sensores da UnlimitedHand não apenas para aplicações em pesquisa e desenvolvimento, mas também para uso pelo público em geral. “Chegamos à conclusão de que era preciso simplificar, a fim de garantir que esse tipo de interface pudesse ser amplamente usado, tanto em laboratórios de P&D como em situações do dia a dia. Por isso, desenvolvemos o FirstVR, dispositivo de controle especificamente dedicado à tecnologia de sensores”, explica Emi Tamaki.

O FirstVR é considerado o primeiro dispositivo de controle do mundo a usar sensores de deslocamento muscular para criar experiências virtuais mais intuitivas e imersivas. Quando o dispositivo é colocado em torno do antebraço, o grupo de sensores ópticos de deslocamento muscular equipado com 14 canais detecta os movimentos dos músculos do braço, permitindo que o usuário desloque, manipule e perceba objetos. Graças ao FirstVR, é possível ter uma estimativa de percepções intrínsecas – posição, peso e resistência – como também de força. Com isso, muitas experiências, como um passeio turístico ou a prática de esportes, podem ser transmitidas a um computador e analisadas no espaço metaverso. A interface apresenta grande versatilidade e pode ser usada por diversos setores de atividade, da mesma forma que o monitor e o teclado de um computador ou a tela sensível ao toque de um smartphone.

A H2L pretende industrializar a tecnologia háptica e o modelo BodySharing, priorizando o desenvolvimento de aplicativos de conteúdo para o compartilhamento de experiências. “Nosso objetivo é que as experiências compartilhadas permeiem o cotidiano das pessoas. Por exemplo, gostaríamos de criar um mundo em que cidadãos comuns possam sentir a emoção de um jogador marcando um gol decisivo, ou de um grande músico tocando para um público entusiasmado, ou simplesmente de um surfista pegando onda no Havaí, mesmo se o usuário estiver no Japão”, explica Emi Tamaki.

A H2L gostaria que, um dia, o FirstVR, primeiro dispositivo de controle equipado com sensores de deslocamento muscular, seja amplamente utilizado pelo público em geral (assista ao vídeo play_video no YouTube ). (Foto: Cortesia da H2L)

Desenvolvimento do mercado de tecnologia háptica: principais desafios

Emi Tamaki está convencida de que investir em P&D é essencial para que, no futuro, a H2L possa expandir sua presença no mercado. “Graças a investimentos em P&D, podemos adquirir os elementos técnicos necessários ao desenvolvimento de serviços de compartilhamento de experiências e manter nossa competitividade”, explica Emi Tamaki. Segundo ela, a associação entre os produtos da H2L e os serviços oferecidos por diversas empresas vem abrindo caminho para soluções inovadoras com demanda contínua por parte dos consumidores.

Mas a inovação no setor de tecnologia háptica tem seus desafios. Os críticos argumentam que ela comporta riscos, por exemplo se for usada em atividades ilícitas ou pela indústria bélica. Para eliminar esse risco, a equipe de Emi Tamaki desenvolveu produtos equipados com um sistema que bloqueia o funcionamento caso suspeite estar sendo usado com a finalidade de prejudicar algo ou alguém, ou contribuindo para atividades criminosas ou bélicas. “Acredito que um dos desafios que enfrentamos atualmente é convencer o máximo possível de pessoas de que nossa tecnologia é segura, pois a ideia de que ‘a tecnologia háptica é perigosa’ constitui um obstáculo à sua expansão”, ressalta Emi Tamaki.

A estratégia da H2L em matéria de propriedade intelectual

Em linha com seus objetivos comerciais, a H2L mobiliza diversas estratégias na defesa dos direitos de propriedade intelectual. Globalmente, porém, a empresa oferece acesso preferencial a sua tecnologia – cujos direitos de propriedade intelectual estão devidamente protegidos –, a fim de promover o uso e incentivar a colaboração entre empresas e a criação de parcerias comerciais. “Para nós, a propriedade intelectual é uma ferramenta essencial para ampliar nossa visão, não somente no sentido de garantir um maior alcance à aplicação e à implementação da tecnologia, como também de apoiar a inovação aberta e promover um uso equitativo pelos profissionais de engenharia”, explica Emi Tamaki.

Deter os direitos de propriedade intelectual é uma forma de potencializar o valor da empresa e torná-la mais atraente para os investidores.

Ao aconselhar jovens startups da área de tecnologia, Emi Tamaki sempre enfatiza a importância de identificar o momento certo para efetuar o registro da propriedade intelectual nas fases iniciais de pesquisa e desenvolvimento. Essa estratégia, segundo ela, contribui para que as startups defendam seu posicionamento no mercado, além de abrir caminho para diversas estratégias de gestão, por exemplo para otimizar o uso da propriedade intelectual, reforçar o renome da marca e gerar vendas. “Desde o início, protegemos os direitos de propriedade intelectual de nossa interface BodySharing, ferramenta que permite a circulação de sensações entre pessoas e computadores. De lá para cá, registramos também a propriedade intelectual relativa à análise e às aplicações relevantes”, relata Emi Tamaki.

Segundo a empresária, as startups do setor de tecnologia devem estar sempre atentas à questão da propriedade intelectual, a fim de garantir sua própria competitividade e criar oportunidades de parcerias. “Os principais pontos fortes de uma startup são, justamente, sua alta tecnologia e sua mobilidade. Por outro lado, os pontos fracos costumam ser a falta de estratégia comercial e a inexistência de uma imagem de marca sólida. Nos quesitos renome e força de venda, a maioria das startups não consegue competir com empresas bem estabelecidas. Entretanto, como primeiro passo, é perfeitamente possível melhorar esses dois aspectos graças à tecnologia. Assim sendo, as startups de alta tecnologia não têm escolha: precisam proteger os direitos de propriedade intelectual de seus produtos”, afirma Emi Tamaki.

As startups de alta tecnologia não têm escolha: precisam proteger os direitos de propriedade intelectual.

Emi Tamaki ressalta que, desde o lançamento de um projeto, é importante que todos sejam informados sobre os direitos de propriedade intelectual dentro da empresa. “Praticamente todos os principais profissionais de uma startup de alta tecnologia precisam ter conhecimentos básicos sobre propriedade intelectual e compreender a estratégia e a política da empresa nessa área. Entre esses profissionais estão as equipes de P&D responsáveis pela criação da propriedade intelectual; as equipes de venda que negociam a PI; o pessoal administrativo que redige e gerencia contratos; e os serviços de recursos humanos, que informam os funcionários e previnem o vazamento de informações confidenciais”, diz ela.

Emi Tamaki lembra que uma das formas de promover o conhecimento sobre propriedade intelectual no âmbito das empresas é fazer os cursos on-line oferecidos gratuitamente pelo Escritório de Patentes do Japão e pela Academia da OMPI. Além disso, para empresas sediadas no Japão, colaborar com organizações de apoio a atividades em geral, como o Instituto Japonês de Invenção e Inovação (JIII), presente em 47 regiões do país, pode reforçar ainda mais o domínio em matéria de gestão da propriedade intelectual.