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Tencent, jogos, metaverso e diversidade: um olhar de quem conhece por dentro o setor de videogames

Dezembro de 2022

Catherine Jewell, Divisão de Informações e Comunicação Digital, OMPI

A Tencent é uma empresa global de tecnologia que comanda a principal plataforma de desenvolvimento, publicação e operação de jogos eletrônicos do mundo. Além disso, a organização é líder mundial em investimentos em invenções e tecnologia, com atuação de destaque nos segmentos de tecnologia financeira, serviços em nuvem e comunicações digitais (a Tencent é dona do aplicativo de mensagens e chamadas WeChat, conhecido como Weixin na China), operando ainda uma plataforma de streaming similar à Netflix, a Tencent Video. O Grupo de Entretenimento Interativo (IEG, na sigla em inglês), da Tencent, é responsável pelo desenvolvimento dos produtos de entretenimento interativo da empresa, como jogos e esportes eletrônicos.

Jia Wang (acima) explica que a Tencent vê o
metaverso como parte de uma “realidade
hiperdigital”, conceito que integra o mundo digital
com a realidade física para criar uma experiência
mista, proporcionando às pessoas uma conexão
mais profunda com o mundo virtual.
(Foto: cortesia da Tencent)

A cientista de dados e engenheira Jia Wang, veterana liderança no setor de entretenimento interativo, falou recentemente à Revista da OMPI sobre suas expectativas para o futuro do setor de videogames e o papel da propriedade intelectual (PI) em seu dia a dia profissional. Jia Wang é vice-diretora do Centro de Serviços Tecnológicos da Tencent, instalado na sede norte-americana da empresa, em Palo Alto, na Califórnia.

Fale sobre o seu papel na área de videogames da Tencent.

Sou vice-diretora do Centro de Serviços Tecnológicos da divisão para a América do Norte, que faz parte do Grupo de Entretenimento Interativo da Tencent. Minha equipe trabalha com tecnologias avançadas, como inteligência artificial (IA), megadados (big data) e recursos em nuvem. Nosso papel é otimizar a experiência de jogo e garantir que tudo esteja em ordem para que os usuários se divirtam ao máximo com os videogames.

Como começou o seu envolvimento com videogames?

Meu primeiro contato com os videogames aconteceu na universidade, quando eu estava fazendo minha graduação em ciência da computação. Um dos meus primeiros projetos foi a criação de um jogo eletrônico. Mas eu realmente me apaixonei pelos videogames quando fui contratada pela King, desenvolvedora e editora responsável pela criação do jogo Candy Crush, onde trabalhei como cientista de dados com um grupo de pessoas extremamente criativas, nos escritórios de Estocolmo da empresa. Não consigo mais me ver trabalhando em outro setor. Trabalhar no desenvolvimento de videogames é muito prazeroso, tanto em termos profissionais como pessoais. Minha equipe é incrível e injetamos uma grande dose de alegria na vida das pessoas.

Que desafios você enfrentou como mulher no setor de videogames?

As mulheres enfrentam inúmeros desafios em todas as áreas. No setor de videogames, somos realmente em número muito pequeno. Felizmente essa realidade está mudando. Na Tencent America, muitas mulheres ocupam cargos de liderança e há uma percepção bastante consolidada de que as mulheres podem ter carreiras bem-sucedidas na empresa. O compromisso com a diversidade e a inclusão é um dos elementos que fazem com que a Tencent tenha um ambiente de trabalho tão fantástico. Um aspecto positivo do setor de videogames é que são necessários diferentes conjuntos de habilidades, com espaço para designers, criadores, gerentes de produto e projeto, desenvolvedores, cientistas de dados, entre outros, o que acaba proporcionando muitas oportunidades para todos. Em 2020, reconhecendo que precisávamos pôr nossos ideais em prática, criamos na Tencent America nosso grupo de diversidade, equidade e inclusão (DEI), que tem como missão reforçar esses valores em todas as áreas da empresa e ampliar a conscientização sobre os preconceitos inconscientes que todos temos.

Como você vê a evolução do setor de videogames em escala global?

O panorama do segmento de videogames está mudando rapidamente, graças a novas tecnologias de uso cada vez mais disseminado. Nos primeiros tempos, as pessoas usavam consoles ou computadores para jogar. Foi com a chegada ao mercado dos smartphones e outros dispositivos portáteis que os videogames realmente deslancharam. Outro fator decisivo na popularização dos jogos eletrônicos, que impulsionou fortemente seu crescimento, foi a adoção do modelo free-to-play (em que não é preciso pagar nada para começar a jogar, mas cuja experiência inclui diversas estratégias de monetização). Atualmente, tecnologias como realidade aumentada (RA), realidade virtual (RV) e inteligência artificial (IA) vêm transformando o modo como as pessoas interagem com a tecnologia, criando oportunidades para experiências de jogo mais imersivas e, ao mesmo tempo, possibilitando que os estúdios de videogame desenvolvam jogos mais inovadores e criativos para as pessoas se divertirem. Outro desdobramento é que agora os desenvolvedores disponibilizam seus jogos em múltiplas plataformas, o que é excelente para os usuários!

“As empresas têm investido pesado no desenvolvimento de tecnologias que permitam criar uma ‘sensação de realidade’ nos mundos virtuais, para que as pessoas estabeleçam um vínculo emocional mais forte com esses mundos e tenham uma experiência de jogo mais envolvente”, explica Jia Wang. (Foto: EvgeniyShkolenko/iStock/Getty Images Plus)

Como se dará, em sua opinião, a evolução do setor?

O setor de videogames continuará a evoluir, pois os avanços tecnológicos nos permitem acrescentar novos recursos interessantes aos jogos. O fato de que todo jogador está em busca de um jogo que o satisfaça é um estímulo à inovação e ao desenvolvimento de novos gêneros para os novos públicos que vão sendo atraídos para o universo dos jogos eletrônicos. O foco hoje é compreender melhor esses públicos para que possamos criar jogos que atendam às suas expectativas. Estamos vivendo a “era de ouro” dos videogames. É um momento excepcional para o setor, graças a boas histórias, novas dinâmicas de jogo e tecnologias de ponta. E há muito mais por vir.

Estamos vivendo a ‘era de ouro’ dos videogames. [...] E há muito mais por vir.

A Tencent mantém parcerias com diversas empresas no mundo inteiro, e nosso objetivo é criar um universo mundial de jogos que as ajude a ter êxito. Isso é importante para mim porque, com seu florescimento, o setor de videogames cria muitas oportunidades de emprego e é uma fonte extremamente importante de entretenimento para centenas de milhões de pessoas. Além disso, o segmento tem enorme potencial para fomentar o desenvolvimento de soluções inovadoras e criativas em outras áreas socialmente carentes. O setor de videogames tem muito espaço para crescer mundialmente, e é fantástico poder fazer parte disso.

E quanto ao metaverso?

Apesar de todo o burburinho, ainda não se sabe muito bem o que é essa coisa que muitos estão chamando de metaverso, ou como será sua evolução. Na Tencent, o metaverso faz parte da “realidade hiperdigital”, conceito que integra o mundo digital com a realidade para criar uma experiência mista. A ideia é proporcionar às pessoas uma conexão mais profunda com o mundo virtual para permitir que elas transitem sem interrupção entre o mundo virtual e o real. Acreditamos que essa “realidade hiperdigital” estimulará a imaginação das pessoas e ampliará os limites do possível, reconfigurando totalmente o panorama criativo. Vai ser incrível.

Qual o papel da inteligência artificial e do aprendizado de máquina no setor de videogames?

A inteligência artificial e o aprendizado de máquina são usados de diversas maneiras. São recursos que facilitam e tornam muito mais rápida a criação de cenários pelos artistas, por exemplo. Também nos ajudam a injetar mais realismo nas animações, conferindo aos movimentos dos personagens um aspecto mais verdadeiro. As empresas têm investido pesado no desenvolvimento de tecnologias que permitam criar uma “sensação de realidade” nos mundos virtuais, para que as pessoas estabeleçam um vínculo emocional mais forte com esses mundos e tenham uma experiência de jogo mais envolvente. Como eu disse, a minha equipe se dedica ao desenvolvimento de tecnologias avançadas, como inteligência artificial, megadados e recursos em nuvem, e estamos animadíssimos com a ideia de introduzi-las no mercado mundial e ajudar outros estúdios de videogame, inclusive os que estão começando, a realizar seus sonhos.

Que outros papeis, além de simplesmente proporcionar entretenimento, os jogos eletrônicos desempenham?

“Tecnologia para o bem” é um princípio central em todo o universo Tencent. Há muito trabalho inovador nessa área. As tecnologias dos jogos também vêm sendo usadas no desenvolvimento de diversos pequenos aplicativos voltados para ações de impacto social. Um exemplo disso é o fato de que os videogames são um excelente instrumento para preservar artefatos históricos e culturais e torná-los acessível a todos. Em 2018, a Tencent desenvolveu uma tecnologia fantástica, que combina inteligência artificial com recursos 3D para reconstituir antigas estruturas arquitetônicas, como a Grande Muralha da China, permitindo que os usuários explorem essas estruturas tal como eram originalmente e com um nível de detalhe extraordinário.

‘Tecnologia para o bem’ é um princípio central em todo o universo Tencent.

Há ainda aplicações em desenvolvimento na área de saúde, como, por exemplo, o recém-criado exame oftalmológico inteligente, destinado à detecção de doenças oculares em crianças. O sistema foi desenvolvido pelo LightSpeed Studios, que é um dos principais estúdios de videogames da Tencent, em parceria com o Centro Oftalmológico Zhongshan, da universidade chinesa Sun Yat-sen. O exame envolve a exibição de um vídeo de dois minutos, em que a criança é convidada a participar de uma missão para salvar tartarugas bebês. O enredo prende a atenção da criança e exige que ela concentre seu olhar em um foco de luz usado na procura de ovos de tartaruga. Com menos de cinco minutos de duração, o exame é 90% mais rápido que os testes oftalmológicos tradicionais, além de oferecer à criança lições de proteção ambiental.

Quanto tempo leva o desenvolvimento de um jogo eletrônico e quais fatores contribuem para que seja um título de sucesso?

O desenvolvimento de um jogo de sucesso pode levar anos. Em termos de design, é fundamental que as pessoas possam começar a jogar sem precisar pagar nada. A certa altura do jogo, elas terão a opção de ter uma experiência mais aprofundada, desbloqueando novos conteúdos mediante pagamento. Mas é algo totalmente opcional: se achar que não vale a pena, a pessoa pode continuar a jogar como vinha fazendo até então.

O desenvolvimento de um jogo de sucesso pode levar anos.

Em muitos de nossos jogos, oferecemos personalizações conhecidas como skins – acessórios virtuais que os usuários podem adquirir para mudar a aparência dos personagens. Acontece que muitas pessoas não se dão conta de que essas lindas personalizações são o resultado de longos e dispendiosos processos criativos, sendo necessário às vezes até um ano para se chegar a um produto acabado.

Qual o papel da propriedade intelectual em seu dia a dia profissional?

Na Tencent há bastante clareza, em todas as áreas da empresa, a respeito da importância da propriedade intelectual para o nosso negócio. A Tencent tem um sólido compromisso com a propriedade intelectual e reconhece sua importância para a formação de um ecossistema mais vibrante, criativo e inovador para os videogames e para outros segmentos em que atuamos. Os jogos eletrônicos são produtos simultaneamente criativos e técnicos, e a propriedade intelectual protege ambos esses aspectos. Há muitos ativos de propriedade intelectual nos jogos que desenvolvemos, dos mecanismos técnicos que viabilizam e enriquecem a experiência do usuário aos enredos e personagens que criamos.

Além disso, inúmeros parceiros contribuem para o desenvolvimento de um videogame, cada um dos quais é responsável pela criação de diferentes componentes no setor. Minha equipe compreende que precisamos estar sintonizados com a propriedade intelectual, visto que a PI representa importantes interesses comerciais para a empresa e nossos parceiros. Temos uma diretriz clara sobre o que precisa ser feito e em que momento devemos agir. Asseguramo-nos de que nossos parceiros saibam que, embora a proteção de nossa propriedade intelectual seja uma prioridade, reconhecemos que eles também precisam proteger suas criações. Ao discutir um projeto, sempre deixamos clara a extensão de cada ativo de PI, para termos certeza de que não haverá violações. É uma atitude automática, que nos permite garantir que todos tenham seus direitos de propriedade intelectual respeitados. Por outro lado, é importante equilibrar a proteção da propriedade intelectual com as necessidades do processo criativo, porque levantar e discutir ideias coletivamente estimula ainda mais criatividade.

Na Tencent há bastante clareza, em todas as áreas da empresa, a respeito da importância da propriedade intelectual para o nosso negócio.

Qual é a sua mensagem para os jovens que desejam atuar no setor de videogames?

O mais importante é ir atrás de sua paixão. Há muita paixão e entusiasmo no setor de videogames, temos muitas pessoas incríveis compartilhando do mesmo sonho. A maioria das pessoas trabalha só para receber um salário. Na Tencent, é muito maior o número dos que trabalham para transformar seus sonhos em realidade.

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A Revista da OMPI destina-se a contribuir para o aumento da compreensão do público da propriedade intelectual e do trabalho da OMPI; não é um documento oficial da OMPI. As designações utilizadas e a apresentação de material em toda esta publicação não implicam a expressão de qualquer opinião da parte da OMPI sobre o estatuto jurídico de qualquer país, território, ou área ou as suas autoridades, ou sobre a delimitação das suas fronteiras ou limites. Esta publicação não tem a intenção de refletir as opiniões dos Estados Membros ou da Secretaria da OMPI. A menção de companhias específicas ou de produtos de fabricantes não implica que sejam aprovados ou recomendados pela OMPI de preferência a outros de semelhante natureza que não são mencionados.